Falange dos Médicos ou Curadores.

Comandada pelo sábio José de Arimatéia (Yosef Ha-Aramataiym em hebraico), um discípulo oculto do Mestre Jesus, ela agrupa inúmeros terapeutas do corpo e da alma.

Tradições ocultas nos contam que José, um rico membro do tribunal rabínico de Jerusalém, depois de conseguir um lugar para Jesus ser sepultado, viajou para o Ocidente trazendo o Santo Graal.

Ele teria aportado nas costas britânicas com alguns discípulos, salvando o objeto mais precioso do Cristianismo. José de Arimatéia, ao chegar onde hoje é a Inglaterra no ano de 36 D.C., encontrou lá os poderosos sacerdotes druidas e fez uma especial troca de ensinamentos e segredos esotéricos.

Desde então, uma misteriosa escola nasceu e continuou pelos séculos. A Umbanda brasileira, legítima herdeira do esoterismo cristão, também trabalha espiritualmente com esta herança.

A Linha do Oriente, que contém a Falange de José e a Falange dos Europeus demonstra esta riqueza admirável.

A Falange dos Médicos do Astral é uma egrégora composta de centenas de trabalhadores espirituais. Na maioria das vezes, eles foram em suas últimas vidas, médicos, curandeiros, raizeiros, benzedores e rezadores. Este exército de caridade é classificado em sete agrupamentos ou Legiões..

 

I - Legião dos Doutores

Composta por doutores da medicina ocidental convencional ou homeopatas : Dr. André Luiz, Dr. Francisco de Gusmão, Dr. Rodolfo de Almeida, Dr. João Correia,Dr. Nathanael Teixeira, Dr. José Gregório Hernandéz, entre outros.

 

II – Legião do povo do oriente

Terapeutas orientais, especialistas em fitoterapia, acupuntura, massagem e nas principais disciplinas médicas tradicionais da Ásia: Ramatis, Mestre Agastyar, Babaji.

 

III – Legião dos Curandeiros:

Curandeiros e Xamãs nativos das Américas, África e Oceania: caboclos e pretos velhos, feiticeiros tradicionais, alguns exus – como o Exu Curador, Seu Maramael.

 

IV – Legião dos Rezadores:

Rezadores, benzedores e os praticantes da medicina religiosa ou espiritual. Aqui encontramos todo os que curavam pela imposição das mãos, fé e oração : Pai João Maria de Agostinho, Pai João de Camargo, Vó Nhá Chica, Mestre Philippe de Lyon, Abade Julio.

 

V – Legião dos Raizeiros

Praticantes da medicina folclórica e mágica regional. São os mestres juremeiros brasileiros, os ervateiros ou chamarreiros das Américas e todos os especialistas na flora, fauna e minerais curativos: Dom Nicanor Ochoa, Mestre Inácio, Mestre Carlos de Oliveira, Mestre Rei Heron.

 

VI – Legião dos Cabalistas e alquimistas

Espíritos dos velhos cabalistas e alquimistas, conhecedores dos segredos das plantas e cristais : Pai Isaac da Fonseca (primeiro cabalista brasileiro), Nicolau Flamel, Paracel­sus, Pai Jacó.

 

VII – Legião dos Santos curadores

Santos católicos celebrados como médicos, curandeiros ou especialistas na cura de alguma doença : Santa Luzia – olhos, Santa Ágata – seios, São Lazaro – doenças de pele, São Bento – envenenamentos.

 


 

 

Certas canções que ouço, cabem tão bem dentro de mim, que perguntar carece, como não foi eu que fiz? Milton Nascimento

Sempre acreditei nisso, que Pessoas são pontes, pessoas são condutores e agentes de caminhos.

Ainda bem que descobri que não se trata de um pensamento isolado, precisamos nos assumir como pontes.

Kaobi Xapanã Buruku

 

Somos pessoas pontes.

O que reúne e atrai as pessoas não é a semelhança ou identidade de opiniões, senão a identidade de espírito, a mesma espiritualidade ou maneira de ser e entender a vida. Marcel Proust

Ponte é uma construção que permite interligar ao mesmo nível pontos não acessíveis separados por rios, vales, ou outros obstáculos naturais ou artificiais.

As pontes são construídas para permitirem a passagem sobre o obstáculo a transpor, de pessoas, automóveis, comboios, canalizações ou condutas de água (aquedutos).

A palavra Ponte provém do Latim Pons que por sua vez descende do Etrusco Pont, que significa "estrada".[1].Em grego πόντος (Póntos), derive talvez da raiz Pent que significa uma ação de caminha

 

“A CONDUTA DO OUTRO É REFLEXO DE NOSSA PRÓPRIA MENTE "

As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam. Bernard Shaw

Porque as pessoas entram em nossa vida?

Pessoas entram em nossa vida por uma simples ou complexa “Razão”, ou “Estação” ou uma “Vida Inteira”.

Quando conseguimos perceber qual deles é, vamos saber o que fazer por cada “pessoa ponte”.

Quando alguém está em nossa vida por uma “Razão”… é, geralmente, para suprir uma necessidade que nós demonstramos. Ela vêm para nos auxiliar numa dificuldade, fornecer orientação e apoio, ajuda física, emocional ou espiritual. Ela poderá até parecer como uma dádiva de Deus, e é!

Se você se sente só, é porque ergueu muros em vez de pontes. William Shakespeare

Elas estará lá por uma razão, porque precisamos que elas estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de nossa parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, elas simplesmente se vão. Ás vezes, elas agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito.

As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando uma“pessoa ponte“ entra em nossa vida por uma “Estação”, é porque chegou nossa vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para nós a experiência da paz, ou nos fazem rir. Elas poderão nos ensinar algo que nunca fizemos. Elas, geralmente, nos dão uma quantidade enorme de prazer…

Mas somente por uma “Estação”.

As pessoas vêem as coisas como elas são e perguntam 'por quê?'. Eu vejo as coisas como elas poderiam ser e pergunto 'por que não?'".Bernard Shaw"

A maioria das pessoas pensa que os fatores externos são as causas de suas infelicidades ou dificuldades, e se queixa: "Fulano é que causou isso; Sicrano é o culpado disso". Na verdade, a atitude dos outros é reflexo da mente da própria pessoa.

Vemos nos outros a imagem refletida de nossa atitude mental. O mundo fenomênico é uma manifestação da mente.

“Aprenda a gostar, mas gostar mesmo, das coisas que deve fazer e das pessoas que o cercam. Em pouco tempo descobrirá que a vida é muito boa e que você é uma pessoa querida por todos.”

Torne-se uma “Pessoa ponte”

Falemos das pontes como elemento que estabelece ligação, contato, comunicação entre pessoas.

Constrói se pontes para estabelecer uma ligação, contato, comunicação.

Margens opostas dos rios são ligadas por pontes, para que as pessoas tenham acesso.

Estradas são ligadas por pontes, facilitando e encurtando muitas viagens.

Com o avanço da medicina o homem constrói pontes de safena para que o sangue circule normalmente, e devolva ao paciente uma boa qualidade de vida. Na odontologia constrói-se ponte com dentes para dar uma boa qualidade de mastigação.

Enfim toda ponte favorece contato, aproximação, ligação e comunicação de um ponto a outro.

Assim podemos nos reconstruir como “Pontes” para nos ligarmos as pessoas.

Através destas pessoas pontes que nos tornamos ,podemos encurtar distancias que causam tantas tristezas; dar o primeiro passo na construção de um grande amor; caminhar em busca da amizade; atingir o que pensávamos ser inatingível; reconstruir vida por pontes de contato entre as pessoas que sabem valorizar o outro, servir de caminho para que outras pessoas pontes possam passar e seguir adiante.

Diante de uma grande perda, ou de uma doença grave, sentimo-nos diante de um precipício como se não houvesse mais solução.

Nesta hora uma pessoa ponte pode nos ajudar na lida da perda, que por ser muito forte nos liga a coragem e a vontade de continuar caminhando. Muitos amores ficaram perdidos no tempo por falta da construção da “ponte do dialogo”. Para se construir esta ponte é necessário o material da humildade que falta muitas vezes nas pessoas.

A amizade é o sentimento mais prazeroso que dá força e impulso a nossa vida. Através dela construímos grandes jornadas porque contamos com muitas “pessoas pontes”, a nos ajudar nesta construção. São pontes que nos equilibram quando estamos tristes; abraçam nos confortando; dão-nos força para não cair; sustentam-nos nas intempéries da vida.

Mas há em nossa vida uma “ponte” muito especial construída por cada um de nós. É a nossa ponte com o nosso próximo que nos dá a coragem de construirmos as pontes necessárias para atravessarmos as dificuldades e nos ligarmos à felicidade.

Conhecemos pessoas a todo o momento da nossa vida, nascemos conhecendo pessoas e morremos tentando saber quem são a maioria deles.

Alguns são tão especiais que construímos pontes permanentes até eles, outros um pequeno vento o destrói e quem sabe nunca se construa novamente a ponte.


Certas vezes paramos e pensamos: o que eu estou fazendo da minha vida? O que fiz na vida? Ele é a pessoa certa, a alma gêmea? Vou ser feliz?

Entre muitas e muitas perguntas, nos perdemos em nossos pensamentos atormentados com o futuro. Então vem a questão, mas o que isso tem haver com as pessoas que conheci, conheço e conhecerei? Nossa vida é movida pelas pessoas, principalmente as que amamos. E muitas de nossas ações acontecem em reação a eles.

Um exemplo simples é de um pai de família, quando for mudar de emprego pensara nos filhos primeiro e então ira fazer sua escolha conforme o melhor para eles.

O coração se confunde com a mente a todo o momento, as pessoas fazem isso conosco. Pensamos que as pessoas mudam, mas na verdade somos nós que mudamos, todos estão numa continua evolução tanto espiritual dentro de si, como fisicamente.

As pessoas não somem da nossa vida, elas só mudam, o caminho é diferente.

São tantas pontes destruídas, mas bem mais construídas. Alguns compararam com folhas de árvores cada um de nós, outros como estrelas, mas eu digo que somos pontes, cada pessoa é uma ponte, ate o coração de cada um.

Esse estado de “SER” Pessoa Ponte fica mais forte conforme sua ação, pois são as pequenas atitudes que irão mudar a vida de muitas pessoas que estão ao seu lado, ações realizando outras ações, e resultando em outras, ate chegar numa reação e começar novamente o ciclo da vida.

Como voltar o tempo, se um passo de alguém já mudou tudo?!

Pensar em suas atitudes é importante demais, não tem como ficar para depois, pois seu pensamento, uma palavra, um passo, qualquer coisa sua muda a vida de todos em milésimos de segundos, e não existem máquinas do tempo.

Pessoas Pontes podem ser destruídas por pequenas ações, como também outras são construídas pela mesma ação pequena que você resolveu realizar.
A vida é uma constante construção, precisamos disso para nos sentirmos felizes, nossa felicidade depende somente de nós, mas com as “pessoas ponte” ao nosso lado com certeza será bem melhor.

Pois uma ponte tem dois lados, e o encontro desses lados talvez dê a nossa vida uma sentido, nem que seja por um instante, posto que seja intenso e infinito.

Kaobi Xapanã Buruku Rubem Alves Martha Medeiros Masaharu Taniguchi Paula Vetorasso


Festa dos Erês - 2010 - Mapory   


 

Vale a pena pensar um pouco mais sobre isso!

 

 Um simples trovão, um raio que se acenda no espaço; o amanhecer, ou o entardecer; as águas  que se agitam nos mares; a vertiginosa velocidade dos astros, no espaço; as galáxias, que se espiralam como fogos de artifício, são figuras que invadem, dia e noite, nossa mente, para contar de “algo” que existe (atrás deles), muitíssimo mais maravilhoso do que eles e que poderão nos levar a consumir toda a eternidade, na contemplação só de alguns de seus aspectos.

 O problema da verdade não é filosófico, ou religioso; é psicológico porque, quanto mais enxergamos a negação que fazemos à verdade, mais a vemos – pois a característica da consciência é ser o olhar da eternidade, derramado em nosso interior.

Tudo o que existe, os tempos passados e futuros, a beleza e magia, toda bondade e complacência, está sintetizado em nosso íntimo, não como uma chama apenas, mas como uma fogueira que arde para todo o sempre.

 

Cada um de nós se constitui em uma luz do criador, que ilumina sempre, mesmo que não queiramos – porque não ser algum que não se enterneça diante da bondade, que não se inflame pela verdade e que não se extasie frente a beleza absoluta, que captamos por partes, se bem que a saibamos e percebamos no seu total.

 Alguns antigos pensadores helênicos estavam tão maravilhados com Deus(Olorum) que achavam que todas as coisas eram parte dele(panteísmo);sabemos que tudo repousa, depende e precisa dele; toda maravilha e alegria são seus reflexos.

Mas ele próprio é ainda muito maior e, quanto mais o aceitamos, mais participamos da vida que não só veio dele, mas cresce continuamente em nosso interior.

A expansão nos torna mais suaves e maleáveis com a lida da vida cotidiana.

Aprender, há muito a aprender filhos fé!

Minhas orações

Pai Kaobi

 


                                Congá do nosso querido Mapory

Devoção, simplicidade, boa vontade e verdade.

   Fórmula básica de uma prática religiosa sadia.


  Palavras de Preto-velho

No “mundo dos mortos” Orun não existe raça, cor ou credo que diferencie as almas ou crie fronteiras, o que existe é o homem de bem e o homem que desaprendeu de ser bom. 

 

As religiões ou os credos em geral, ainda existem por necessidade de nossos espíritos que se diferenciam na escala evolutiva, encontrando dentro de cada uma delas a melhor adaptação de “religar-se” ao Criador. O que fica desvalorizado aos olhos da Espiritualidade Superior é o combate que se trava entre os homens por questões religiosas como se vivessem em eterna disputa, chegando ao absurdo das ditas “guerras santas”. Por enquanto a humanidade percorre vários caminhos em busca dessa verdade, mas chegará o dia em que o Universalismo será pleno, então haverá um só rebanho para um só pastor. E como acontece no “andar de cima”, formaremos uma única corrente de trabalho, auxiliando a quem necessita, mostrando que a ferramenta mediunidade tem um só objetivo: - a caridade! Fora isso, tudo o mais fica por conta de nosso Ego. 

Mediunidade é coisa importante e séria, mas não diviniza nem inferioriza ninguém. Vocês sabem disso. Tem gente que pensa que ser grande médium é praticar fenômenos para “incrédulo ver”. Outros pensam que é se vestir todo com uma fantasia, “virar os olhos” e “rebolar” bastante. Não! Mediunidade é você trabalhar em parceria com os amigos do lado de cá para o bem de todos, apenas isso.

  

Aprendam também que a dedicação e o estudo ajudam muito. Mas o que realmente conta é o seu dia – dia, como pessoa comum, passando pelo crivo do grande mestre que é a vida.

Não adianta nada estudar muito e praticar pouco, principalmente em relacao a humildade, tolerancia e amor.

 

 


 

 

Prática.

O que faz do filho de fé um grande homem (homem no sentido do ser)?

Prática. Nada mais.

O crescimento espiritual aplica as mesmas leis usadas pelo corpo e pela alma. Se um homem não exercita seu braço, jamais terá músculos. Se não exercita sua alma, jamais terá fortaleza de caráter, nem ideais, nem a beleza do crescimento espiritual.

O Amor não é um momento de entusiasmo.

O Amor é uma rica, forte e generosa expressão de nossas vidas - a personalidade do homem em seu mais completo desenvolvimento.

E, para construir isso, precisamos de uma prática constante.

O que fazem os filhos de fé verdadeiros?

Praticam sua fé.

E assim crescemos em sabedoria, para nossos guias, N'Zambi e para os homens.

Procure ver o mundo como um grande aprendizado de Amor, e não fique lutando contra aquilo que acontece em sua vida. Não reclame por precisar estar sempre atento, ser obrigado a viver em ambientes mesquinhos, cruzando com almas pouco desenvolvidas.

Esta foi a maneira que N'Zambi encontrou para você praticar.

E não se assuste com as tentações. Não se surpreenda com o fato de elas estarem sempre à sua volta, e não se afastarem - apesar de tanto esforço e tanto orô.

É desta maneira que nossos guias e nossos encantados trabalham nossa alma.


 

O que é a verdade?

O que é a verdade?


É o equilíbrio frágil que nasce do choque dos antagonismos.
É a branca espuma das ondas.
É o perfume, síntese de todos os ingredientes
que cozem lentamente na marmita.
A verdade não é monolítica.
É o enriquecimento recíproco no respeito dos contrários.

(Irénée Guilane Dioh)

 

Até que os leões tenham suas histórias, os contos de caça glorificarão sempre o caçador.”
Provérbio Africano


 Axé Pai e Mãe!..Minhas eternas orações e gratidão!


 

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.

Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

 

 


 

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que 
lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, 
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, 
que tivessem morrido todos os meus amores, 
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto 
são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não
posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica 
e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta 
que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, 
noto que eles não tem noção de como me são necessários, 
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu, trêmulamente, 
construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em
síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, 
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece 
é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, 
morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, 
todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam 
ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
 
 
Vinícius de Moraes


 

  Inteligencia Espiritual - Fé prática

Recebi este artigo de minha mãe criadeira Ojubonã Labiaxé D’Oxum e D’Oíá.

Fiz uma pesquisa quanto a veracidade das fontes e após isso  achei interessante publicar aqui em nosso site, que como filhos de fé(e todos nós somos) e os seres simpatizantes com nosso estilo de vida  já devem ter observado, não trata-se de um manual religioso, pois enquanto sacerdote de nossa amada Umbanda penso que religiosidade e mediunidade se pratica dentro de um templo religioso e não fora dele.

Me refiro a pratica ritualística, pois sem a mesma não ocorre o intante mágico sagrado a ser vivenciado pelo filho de fé do terreiro.

Seria muita petulância de minha parte afirmar que N’Zambi (DEUS) e as divindades(INKICES E ORIXÁS) e eguns iluminados (GUIAS DE TRABALHO) de nossa Umbanda somente encontram-se dentro dos templos, igrejas, terreiros, casas de oração, etc...

Afinal não penso assim, não é assim que realizamos nosso encontro com estas forças sutis e divinas, pois assim como sua magnitute o são por assim dizer parte do todo em todos os espaços.

Mas um local sagrado quando preparado e imantado dentro dos princípios da verdade e da magia ritualística da Umbanda, com certeza possui irradiações adequadas para exercitarmos nos Umbandistas ou não, nosso momento ritualístico, que, diga-se de passagem, está diretamente conectado a mística pessoal de cada ser.

A prática religiosa sadia, além de nos estimular ao processo de reflexão tem como ação voluntária, nosso entrozamento com as demais forças da Natureza que nos rodeiam.

Essa mesma natureza, consideramos fragmentada em estruturas espirituais(portanto energéticas), que nos referenciamos como nossos Orixás/NInkices.

Mesmo que o filho de fé tenha em si capacidade de ser puramente verdadeiro, o ambiente externo a um templo religioso nunca estará preparado de forma adequada para que se realize tal encontro tão intimo e pessoal segundo nossa ritualística, pois para que o fogo aconteça sempre será necessário o atrito, o choque, a expansão, a combustão é somente o resultado ou não de um conjunto de ações e fatores sensoriais que sincronizados através de uma linha vibratória única podem nos proporcionar momentos de total leveza e gozo.

 Este estado é o que considero, estado virginal, onde o nosso kaos interior entra em sintonia com nosso Caos exterior criando sensações de dissintonia com os pesos e atributos negativos da vida cotidiana.

Portanto essa tal terceira inteligência já é conhecida por mais de 5 mil anos pelos nossos ancestrais de nossa amada Umbanda, que nos tem agraciado a cada gira com seus únicos e verdadeiros ensinamentos e conselhos repletos de sabedoria e simplicidade.

 

Mukuiú N’Zambi a todos.

Pai Kaobi Xapanã Burukú.

Abaixo o artigo citado.

 

A Terceira Inteligência: o "QS".

No início do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana.
Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um gênio se não soubesse lidar com as emoções.
A ciência começa o novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual.
Ela nos ajuda a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios.

Drª Dana Zohar - Oxford
No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida.

Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas. O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune.  Afirma Dana: "A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".

Aos 57 anos, Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, coautor do livro, e com dois filhos  adolescentes. Formada em física pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, ambos já traduzidos para português.

 QS ? Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record).

Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.
Ela falou à EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:

- O que é inteligência espiritual?
- É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para se ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.

- De que modo essas pesquisas confirmam suas idéias sobre a terceira inteligência?


Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual.

Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual.

 Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, ser emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.

 Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de "insights", formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.

- Qual a diferença entre QE e QS?


- É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação.

Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.

Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes.

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;
2. São levadas por valores. São idealistas;
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade;
4. São holísticas;
5. Celebram a diversidade;
6. Têm independência;
7. Perguntam sempre "por quê?";
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo;
9. Têm espontaneidade;
10.Têm compaixão.


 

 

ONILÉ Ítan – Lendas

Também chamado de BURUKU, SAPATA, INTOTO, OBALUAYE, AJAGUN, AJUNSUN, AZAUANE…

Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare.

Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via.

Quase nem se sabia de sua existência.

Quando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia,

pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques.

Onilé não se sentia bem no meio dos outros.

Um dia o grande Deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança.

Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.

Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação,

cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumarê.

Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.

Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.

Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.

Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira.

Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.

As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.

Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.

Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão.

Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.

E assim por diante.

Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita.

Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.

Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumare provocava um clamor de admiração,

que se ouvia por todas as terras existentes.

Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.

Menos Onilé.

Onilé não se preocupou em vestir-se bem.

Onilé não se interessou por nada.

Onilé não se mostrou para ninguém.

Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.

 

Quando todos os orixás haviam chegado,

Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.

Ele disse então à assembleia que todos eram bem-vindos.

Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.

Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição.

Então disse Olodumare que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.

Então Iemanjá ficava com o mar,

Oxum com o ouro e os rios.

A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossaim.

Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.

Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.

Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.

A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra. E assim por diante.

Deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular.

Dividiu de acordo com o gosto de cada um. E disse que a partir de então cada um seria o dono

e governador daquela parte da natureza.

Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.

Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.

Os orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte.

Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado.

Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.

Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam

e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás

 

Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.

Quem seria? perguntavam-se todos?

"Onilé", respondeu Olodumare.

"Onilé?" todos se espantaram.

Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?

Nenhum dos presentes a vira até então.

Nenhum sequer notara sua ausência.

"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare e mandou que todos olhassem no fundo da cova,

onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.

Ali estava Onilé, em sua roupa de terra

Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.

Olodumare disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé,

pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.

A humanidade não sobreviveria sem Onilé.

Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumare partilhara com filhos orixás?

"Tudo está na Terra", disse Olodumare.

"O mar e os rios, o ferro e o ouro,

Os animais e as plantas, tudo", continuou.

"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris,

 

tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens

e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".

Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumare.

Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.

Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre,

para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.

Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.

Todos os orixás aclamaram Onilé.

Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.

E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orixás.

 

Itan (nome singular e plural) é o termo em iorubá para o conjunto de todos os mitos, canções, histórias e outros componentes culturais dos iorubás. Os iorubás que aceitam o itan como fato histórico, confiam no itan como sendo a verdade absoluta na resolução de disputas. Os itan são passados oralmente de geração a geração.


 Anastácia

Madrinha de nosso Mapory

História de uma princesa Bantu

Escrava Anastácia (Pompéu, 12 de Maio de 1740 — data e local de morte incertos) é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira, adorada informalmente pela realização de supostos milagres. A própria existência da Escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas materiais da mesma.
O seu culto foi iniciado em 1968 (Ano Internacional dos Direitos Humanos decretado pelas Nações Unidas), quando numa exposição da Igreja do Rosário do Rio de Janeiro em homenagem aos 90 anos da Abolição, foi exposto um desenho de Étienne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que usava máscara de ferro (método empregado nas minas de ouro para impedir que os escravos engolissem o metal).
No imaginário popular, a Escrava Anastácia foi sentenciada a usar a máscara por um senhor de escravos despeitado com a recusa de Anastácia em manter relações sexuais com ele.
A máscara seria retirada apenas para que ela fizesse as refeições, e a escrava terminou por morrer de maus-tratos, em data ignorada.

A Escrava Anastácia (a sua história):
Nos meios que militam as lideranças negras, femininas ou masculinas, fala-se muito sobre quem foi e como teria sido a vida e a história da Escrava Anastácia, que muitas comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à religião católica apostólica romana, gostariam de propor à sua Santidade, o Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos ritos canônicos que regem este histórico e delicadíssimo processo.
Pelo pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas do regime de escravidão, no Brasil, em virtude da escassez de dados disponíveis a seu respeito, pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de Abril de 1740, por ocasião da chegada na Cidade do Rio de Janeiro de um navio negreiro de nome “Madalena”, que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos nesse País.
Entre esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha, também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, em razão da sua ousada atuação no circuito aurífero da região que tinha por centro a Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais.

Delmira, mãe de Anastácia, era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto, foi arrematada por um mil réis. Indefesa, esta donzela acabou sendo violada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, a sua filha, possuía “olhos azuis”, cujo nascimento se verificou em “Pompeu”, em 12 de Maio, no centro-oeste mineiro.

Antes do nascimento de “Anastácia”, a sua Mãe “Delmira” teria vivido, algum tempo, no Estado da Bahia, onde ajudou muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem em busca da liberdade. A história nefanda se repete: Anastácia, por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada, a violência sexual aconteceu.
Apesar de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais colocando-lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência.
 

As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da “Negra Anastácia”. (Onde o seu espírito, combate a inveja, ciúmes e a injustiça).
Anastácia já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a falecer, sendo que os seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a destruição também dos poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações referente à “Escrava Anastácia” – “A Santa” (assim, é venerada dentro da Religião Afro-Brasileira), além da imagem que a história ou a lenda deixou em volta do seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.
Descrita como uma das mais importantes figuras femininas da história negra, Escrava Anastácia é venerada como santa e heroína em várias regiões do Brasil. De acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua operando milagres.

 História de uma princesa Bantu 

Versão extraída do livro "Anastácia - escrava e mártir negra", de António Alves Teixeira (neto) da editora Eco.

Descoberto que foi o Brasil, em 1500 vieram logo os primeiros colonizadores e os primeiros governantes, necessário se fazia, desde então o desenvolvimento da terra, especialmente a lavoura. Daí o terem vindo os célebres Navios Negreiros aprisionando os pobres negros africanos, para aqui serem entregues como escravos e vendidos.
Eram os infelizes negros oriundos da Guine, Congo e Angola. Entre eles veio Anastácia uma princesa Bantu, destacando-se pelo seu porte altivo, pela perfeição dos traços fisionómicos e a sua juventude.
Era bonita de dentes brancos e lábios sensuais, olhos azuis onde se notava sempre uma lágrima a rolar silenciosa. Pelos seus dotes físicos, presume-se tenha sido aia de uma família nobre que ao regressar a Portugal, a teria vendido a um rico senhor de Engenho. Pelo seu novo dono, foi ela levada para uma fazenda perto da Corte, onde sua vida sofreu uma brutal transformação.
Cobiçada pelos homens, invejada pelas mulheres, foi amada e respeitada pelos seus irmãos na dor, escravos como ela própria bem como pelos velhos que nela sempre encontraram a conselheira amiga e alguém que tinha "poderes" de cura para os males da alma e corpo.
Estóica, serena, submissa aos algozes até morrer, sempre viveu ela. Chamavam-na Anastácia pois não tinha documentos de identificação, por ela deixados na pátria distante. Trabalhava durante o dia na lavoura, certo dia veio a vontade de provar um torrão de açúcar. Foi vista pelo malvado do feitor que, chamando-a de ladra, colocou-lhe uma mordaça na boca. Esse castigo era infame e chamara a atenção da Sinhá Moça, vaidosa e ciumenta que ao notar a beleza da escrava, teve receio que o seu esposo por ela se apaixonasse, mandou colocar uma gargantilha de ferro sem consultar o esposo. 
Coisas do destino o filho do fazendeiro cai doente sem que ninguém consiga curar, em desespero recorrem a escrava Anastácia e pedem a sua cura, o qual se realiza para o espanto de todos.

 Não resistindo por muito tempo a tortura que lhe fora imposta tão selváticamente, pouco depois a escrava falecia, com gangrena, muito embora trazida para o Rio de Janeiro para ser tratada.
O feitor e a Sinhá Moça se sentiram arrependidos por um sentimento tão forte, que lhe foi permitido o velório na capelinha da fazenda. Seu senhor, também levado pelo remorso, providenciou-lhe um enterro como escrava liberta depois de morta. Foi sepultada na Igreja construída pelos seus irmãos de dor e acompanhada por dezenas de escravos. 

Escravatura em Portugal


Na época anterior à formação de Portugal como reino existe registo da prática de escravatura pelos Romanos, pelos Visigodos e durante o Al-Andaluz a escravidão dos cristãos capturados e dos Saqaliba. Depois da independência de Portugal tem-se conhecimento de ataques de piratas normandos a vilas costeiras, das razias que Piratas da Barbária faziam entre a população costeira e das ilhas. As vilas ficavam geralmente desertas e a população era vendida no mercado de escravos do norte de África. Havia chefes corsários que vinham do norte de África até à península que eram elches, "renegados" da fé cristã ou mouriscos capturados que mudavam de "lado". Os prisioneiros de guerra capturados na península tornavam-se escravos. Só em 6 de Julho de 1810 com a assinatura do primeiro tratado luso-argelino de tréguas e resgate, confirmado em 1813, com a assinatura do Tratado de Paz, acabou a razia nas vilas costeiras de Portugal e captura de portugueses para a escravatura no norte de África. Antes de 1415, através do resgate de cativos portugueses fizeram-se os primeiros contactos com comércio de escravos na cidade de Ceuta. Resgatar familiares era obrigação cujo a falta de cumprimento poderia originar pesadas penas. As igrejas mantinham caixinhas de peditório para resgate dos cativos.
Crianças e mulheres tinham prioridade de serem resgatadas. Quando em 1415 Portugal conquistou Ceuta havia aí um importante centro comercial onde confluíam rotas de escravos trazidos da África subsariana por comerciantes beduínos. A conquista de Ceuta pelos portugueses, levou os traficantes de escravos a desviar as suas rotas de comércio para outras cidades. Ceuta perdeu então importância comercial, mas tornou-se importante ponto estratégico-militar de vigilância ao comércio de outras mercadorias entre as costas europeias do Atlântico e a península itálica.

Com a presença portuguesa no ocidente do Norte de África, o comércio de escravos não mais recuperou a importância que havia tido sob o domínio muçulmano. Os portugueses, nas viagens que fizeram ao longo da costa na direcção do sul de África, contactaram também aí com o comércio de escravos. O primeiro lote de escravos africanos transportados para Portugal foram os que a tripulação do navegador Antão Gonçalves comprou na costa do Argüim (hoje Mauritânia) em 1441. Quando, passado cerca de meio século, os primeiros Portugueses começaram a chegar à Guiné, contactaram também com o tráfico negreiro aí existente, mas nessa altura o objectivo dos portugueses era já a Índia das especiarias.
O desenvolvimento do comércio de escravos, com envolvimento de portugueses, só veio a acontecer no século XVII em competição com holandeses, ingleses e franceses, vindo a ter o seu auge no Século XVIII com o comércio dos escravos africanos para o Brasil. No entanto, o corpo legislativo emanado das chancelarias régias portuguesas é abundante em diplomas destinados a reprimir a escravatura e a proteger os indígenas: provisões de D. João II, de 5 de Abril e 11 de Junho de 1492, e alvarás de 18 de Julho e 10 de Dezembro de 1493; a célebre lei de 20 de Março de 1570 sobre "a liberdade dos gentios das terras do Brasil, e mais Conquistas"; a provisão de 20 de Setembro de 1570, onde o rei D. Sebastião ordena que "Portugues algum nam possa resgatar nem catiuar Iapão; e sendo caso, que resgatem, ou catiuem alguns dos ditos Iapões, os que assim forem resgatados, ou catiuos, ficaram livres…".

Os alvarás de 5 de Junho de 1605, de 3 de Julho de 1609, e o alvará com força de lei de 8 de Maio de 1758, vão no mesmo sentido. No século XVIII foi aliás Portugal a tomar a dianteira na abolição da escravatura. Decorria o Reinado de D. José I quando, em 12 de Fevereiro de 1761, esta foi abolida pelo Marquês de Pombal no Reino/Metrópole e na Índia.
No Século XIX, em 1836, o tráfico de escravos foi abolido em todo o Império. Os primeiros escravos a serem libertados foram os do Estado, por Decreto de 1854, mais tarde, os das Igrejas, por Decreto de 1856. Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 proclamou-se a abolição da escravatura em todo o Império Português, até ao termo definitivo de 1878.



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